domingo, 20 de outubro de 2013

Utrecht


     Esta não é uma cidade muito grande, mas vive dos estudantes universitários que frequentam os pólos espalhados por toda a localidade. O turismo também aqui existe e é marcante, talvez pela história que remonta aos sécs XV e XVI.









A Catedral de Catharijne é muito curiosa pois apesar do ser católica, ou pelo menos a sua aparência assim nos levar a pensar, o seu interior é uma galeria de arte, com quadros bastante arrojados, de mulheres nuas e onde a personificação da morte nelas revela o lado protestante desta cidade.




   



 O design emerge a cada esquina, em cada loja, com artistas a produzir nas suas casas com montra para a rua.
     A cidade é aberta para o mundo. As casas com janelas generosas ao nível da rua, estão vulneráveis e visíveis dia e noite, como se os que lá vivem quisessem mostrar aos outros o seu modo de vida.
     Foi aqui que nasceu Dick Bruma, o autor da  Miffy, cujos livros simples invadiram todos os lares onde existem crianças.





     A arquitectura e design são marcados por Rietveld, tão famoso pelas suas cadeiras. E não nos poderíamos esquecer dos canais que também fazem desta cidade um destino bucólico e romântico. O seu acesso é feito por escadinhas minúsculas e inclinadas até chegar às esplanadas espalhadas por ambas as margens e onde uma cerveja é muito bem vinda, assim como os patos que rapidamente se colocam aos nossos pés como pedintes a suplicar um naco de pão.


segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Amsterdão

       A primeira impressão de Amsterdão ao sair da estação central é o caos. Caos de gente, caos de obras no metro que não funciona, filas intermináveis no turismo apenas para saber como chegar ao centro. 
       No entanto, quando começo a passear pela cidade, tudo isso é esquecido. A magia dos inúmeros canais, a arquitectura daquelas casas, as pessoas, as bicicletas a tiritar para sairmos da frente, deixam-me encantada. As ruas com bares peculiares, o mercado das flores, onde se vendem mais bolbos do que flores e as coffee shops onde só se vê fumo e cheira a erva, promovem um ambiente sempre relaxante, apesar do turismo tão marcante.



 

       Os estacionamentos de bicicletas são gigantescos e pergunto-me como é que os proprietários descobrem a sua no meio de tanto metal...
       Os holandeses guiam bicicletas como se andassem de carro. A velocidade que eles atingem é assustadora, principalmente para nós peões. É claro que nem me atrevi a alugar tal veículo, porque a minha experiência não é muito grande e o trânsito em duas rodas é mais que muito! Demasiado perigoso, eu diria.
   


 

       
       Depois de uma sopa de cebola bem saborosa e uma sandes vegetariana, a hora do lanche foi generosa, uma fatia de tarte limão e merengue que estava divinal. Curiosamente, o sítio onde a comi estava longe de ser uma pastelaria. Um bar muito moderno, com grafittis fora e dentro, pouca luz, sofás e cadeiras cada um de seu feitio e claro, a mesa tosca corrida no centro. Um pouco mais longe, no cinema estava em exibição o filme "Night Train to Lisbon", que achei curioso.

       A zona dos museus,  começa com um edíficio muito bonito inserido num jardim magnífico de relva verde e esculturas fantásticas. Este edifício é o Rijcksmuseum. Vale a pena visitar, no entanto, sugiro logo pelo manhã porque a afluência é enorme. Aliás o mesmo acontece com o museu Van Gogh, que pelas 11:00 tinha uma fila tal que desisti.

       Neste museu Rijcks podem ver-se as obras de Rembrandt, Veemer, Rietveld, entre outros. Vários pisos, muita muita gente, filas para deixar casacos e mochilas (que têm que se deixar no bengaleiros obrigatoriamente), e para os ir buscar também. É por isso necessária uma grande dose de paciência...




domingo, 15 de setembro de 2013

Roterdão

       Roterdão foi uma cidade por onde passei que facilmente eu poderia dizer que lá vivo! Apenas estive nesta majestosa cidade um dia, mas foi o suficiente para me encantar.
       Completamente plana, e com edifícios altos e de arquitectura extremamente arrojada, visita-se muito facilmente a pé a partir da estação de comboios, mas também tem um eléctrico que pára nos pontos mais emblemáticos da cidade.
       Percorrendo a avenida principal proveniente da estação até ao centro, as esculturas vão surgindo num  percurso verde, dado pelas micro algas abundantes no lago com patos pretos e de bico branco, que contrastam com a cidade financeira que os rodeiam.



     
Quando cheguei à parte mais histórica e picadeiro, fui tomar um café num espaço de convívio e leitura típico. Muito moderno com uma mesa tosca corrida entre outras mesas mais pequenas. Jornais e revistas para ler, com gente jovem e descontraída, aliás como todos são por aqui.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Bruges e Antuérpia

       Bruges é uma cidade que ao chegar podemos dizer que entrámos num conto de fadas. Os seus canais cheios de vegetação e casinhas floridas são deliciosos. Bastante calma na periferia, mas ao chegar à Grand Place, percebe-se de que é que ela vive: Turismo e só turismo. Lojas de chocolate, porta sim, porta sim, passeios de coche e grupos de pessoas para visitar esta cidade medieval também chamada "Veneza do Norte".






       Antuérpia é, em contraste com Bruges, uma cidade grande, com muita mendicidade e muito moderna, a julgar pelos bares gay espalhados onde se pode ler à porta: open mind (ed). Com uma grande parte da população judaica, é curioso observar os tradicionais judeus com barba comprida e chapéu alto a percorrerem as ruas, nas suas bicicletas.
       É claro que aqui as lojas dominantes são de diamantes, aliás fiquei muito surpreendida com a estação, em primeiro lugar pela sua dimensão gigantesca e pela sua beleza e depois pela quantidade de lojas de diamantes que nela se encontravam.
       Depois de um passeio pelas avenidas da cidade, onde se vêem todas as marcas conhecidas caras e baratas, cheguei ao porto. Uma zona bonita, mas claramente um ponto de encontros amorosos gay.









sábado, 31 de agosto de 2013

Bruxelas

       Cheguei à estação Bruxelles-Midi e deparei-me com um grande número de mendigos a vaguear dentro e fora da estação. Aliás, confrontei-me com esta realidade ainda nem tinha chegado a essa grandiosa cidade. Em Lille, onde aterrei, também na estação se ouvia uma voz a anunciar "PROIBIDA A MENDICIDADE DENTRO DA ESTAÇÃO", a mesma voz que anunciava a que horas e em que terminal partia o meu comboio para Bruxelas. Enquanto esperava, fui lá fora para o meu marido fumar um cigarro. Foi logo abordado por uma rapariga de aspecto deprimente e com um gato por uma trela, não fosse ele fugir... queria um cigarro e vender droga, pelo menos foi o que percebi. A voz anunciava a partida do meu tgv e em  menos de uma hora chegava ao meu destino: Bruxelas.
      


Engraçado observar a grande disparidade na população. A estação estava situada quase no centro da cidade. Saí pela porta principal e deparei-me com um jardim muito bonito com grandes árvores e esplanadas repletas de executivos engravatados com os seus iphones, ipads e coisa e tal. Nos bancos do jardim, mesmo em frente aos cafés, dormitavam alguns mendigos. Sentei-me numa dessas esplanadas e bebi um café. Veio um tabuleiro prateado, trabalhado, com as famosas speculoos (bolachas crocantes típicas da bélgica e holanda que acompanham sempre o café), e os pacotinhos de leite para juntar ao café. 

       
Mesmo perto da estação, e surpreendentemente por cima de avenidas de 2 e 3 vias de automóveis, viam-se braços e rodas gigantescas de carrosseis da feira popular. Entrei pela feira repleta de barraquinhas por uma avenida a subir, sem fim à vista. De um lado vendiam-se batatas fritas com os mais variados molhos, caracois, caracoletas, burriés e mexilhões de toda a maneira e feitio, em esplanadas dos cafés residentes, que de belgas tinham pouco ou nada, a julgar pelas bandeiras brasileiras, argentinas e espanholas que exibíam. Olhando para o outro lado, amontoavam-se carrosseis, casas de rifas e barracas de grofes e churros. Curioso era  observar os protagonistas desta feira, atropelavam-se pela avenida que se tornava pequena para tanta gente. Também eles  pertenciam às mais variadas nacionalidades e muitos de raça negra, cujas crianças e mulheres ostentavam vestidos alegres e muito vistosos, tal como os seus penteados dignos de espectáculo.
       O dia terminou no centro histórico, Grand Place, uma praça magnífica rodeada de edifícios lindíssimos trabalhados e dourados. A vivacidade e cor das pessoas, tornava este sítio ainda mais deslumbrante.
       O jantar, no restaurante Chez Leon, foi, é claro, de mexilhões, à provençal, com vinho branco, com caril, todos deliciosos acompanhados das batatas fritas belgas, gordas e compridas. Surpreendeu-me a presença de um gato, que mais parecia um cão de tão grande que era, a caminho da casa-de-banho. Só depois percebi com o esclarecimento do empregado, que também o gato ali trabalhava, devido à presença assídua de ratos por aquelas bandas!




     

 Bruxelas é uma cidade multi-cultural e por isso não faltam eventos e museus para visitar. O Palácio Real, pertinho do museu Magritte e do museu dos instrumentos musicais, foi uma das escolhas. De entrada gratuita, vale a pena uma visita não só pelas salas enormes a perder de vista e os seus espelhos e candeeiros de cristal, como também pela exposição de ciência situada numa sala decorada no tecto e num candeeiro com milhões de asas de um escaravelho verde fluorescente.

Visualmente é surpreendente, mas não posso deixar de pensar na quantidade de bichos mortos para criar esta forma de arte.


     









     O museu dos instrumentos musicais, instalado num prédio belíssimo de arte nova, com o nome Old England, possui uma vasta colecção de instrumentos musicais (mais de 8000), a sua evolução ao longo da história e também os diversos instrumentos e melodias de muitos países.

       Atravessando a estrada, e porque a fome já apertava, deparei-me com comida de rua de todo o mundo, num formato de take away, apesar de se improvisarem fontes e bancos de jardim como mesas e cadeiras de restaurante. Desde tailandesa, a africana, passando pela italiana até soul, a diversidade de comida era muita. A minha escolha recaiu num crepe gigante de tomate, mozzarela e rúcula com molho pesto.





       A tarde foi preenchida quase por completo no museu Magritte, onde está exposta a sua obra (1898 a 1967).
   


       Ainda consegui ir ao Atomium, um monumento construído para a expo 58. Devido à sua dimensão imponente, os turistas distribuem-se desde longe a tirar fotos a "segurá-lo" com as mãos, numa avenida quase tão grande como o edifício que surge no seu topo. No total, a sua altura atinge os 103 metros e pode ser visitado pelo elevador espectacular com o tecto aberto. Este edifício é  formado por esferas de ferro com 18 metros de diâmetro, que estão ligadas por tubos, com escadas rolantes luminosas. As exposições nas esferas são da história da sua construção e também com espectáculos poderosos de luz e som.  





       A estadia em Bruxelas ainda se prolongou por mais uns dias para viver mais um pouco a cidade. A noite é intensa no centro histórico com os bares repletos de gente a beber as mil e uma variedades de cerveja. Também não fui excepção e sentei-me numa esplanada a provar uma tulipa, bem frutada e saborosa, recomendada pela empregada do café. Aquele ambiente fez-me recordar os tempos académicos de Coimbra, ao ver tanta gente com valentes carraspanas, a deambular pelas ruas estreitas desta zona.
     

Ainda visitei o museu das Ciências naturais, com um grande número de esqueletos de dinossauros, um piso só de mineralogia e um outro com uma exposição de biodiversidade. Muito interessante, principalmente para as crianças, pelos jogos interactivos que contem.
        Esta viagem por Bruxelas terminou com a ida ao Parlamentarium e à cidade da Comissão Europeia. Como fui a um domingo, esta parte estava deserta e as ruas e edifícios monumentais pareciam até abandonados. De longe a longe via-se um turista ou outro. No parlamento, a visita é gratuita e com tecnologia de ponta, tablet com auricular na língua da união europeia que se quiser. Funcionários por todo o lado a tirar dúvidas e a orientar as pessoas neste passeio pela história da União europeia. Muito interessante, mas questiono-me da necessidade de tanta ostentação na tecnologia utilizada, apenas para turista ver.




Nunca imaginei esta cidade com tanto turismo misturado com uma vivência enérgica de muitos profissionais engravatados. As ruas com grande animação de pessoas e murais desenhados que lhe dão imensa cor. As lojas cheias de charme, vão desde os bombons às gravatas. É uma cidade mágica!